domingo, 14 de agosto de 2011

Profissão Repórter - Fotógrafos Em Ação, Parte 1 - 2 - 3

A equipe do Profissão Repórter acompanha a atividade de fotógrafos em diversos ambientes e situações.
Paula Akemi e Felipe Bentivegna foram à Amazônia brasileira na companhia do renomado fotógrafo Araquém Alcântara para acompanhar uma expedição fotográfica.
Araquém mostra como realiza seus trabalhos na região e relata as décadas de experiência em desbravar a floresta na busca da melhor imagem.
As lentes do profissional retratam, de maneira especial, as comunidades ribeirinhas e os momentos da pesca do pirarucu, um dos maiores peixes de água doce fluviais.
Eliane Scardovelli corre atrás dos fotógrafos de celebridades, conhecidos como paparazzi, e acompanha o trabalho de flagrar momentos dos famosos nas ruas do Rio de Janeiro quando estão fora dos holofotes, como os atores Antônio Fagundes, Debora Bloch e Luana Piovani e a jornalista Glória Maria.
Nas praias do Leblon e da Barra da Tijuca, os fotógrafos contam com a ajuda de informantes que passam as dicas de onde estão as celebridades.
Valéria Almeida vai aos morros cariocas na companhia de fotógrafos novatos e experientes que cobrem o cotidiano dos confrontos entre policiais, traficantes e milícias.
Na zona de conflito, profissionais de veículos diferentes se ajudam, pois nunca sabem quais dificuldades poderão passar, tendo que recorrer um ao outro. Um deles, Fernando Quevedo, conta sua trajetória. Formado engenheiro, ele se rendeu à paixão da fotografia depois de voltar de uma viagem para a África.








Fonte .: Profissão Repórter (http://g1.globo.com/platb/programaprofissaoreporter)


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Fotojornalismo | Samar Hassan e Chris Hondros: 6 anos depois


Fotojornalismo | Samar Hassan e Chris Hondros: 6 anos depois



A fotografia de Samar Hassan é uma daquelas imagens que ultrapassa a si mesma. Qualquer coisa que se diga sobre o seu significado está aquém dos agenciamentos que ela provoca na realidade.
Muitas são as críticas dirigidas ao trabalho documental e foto-jornalístico. Fotógrafos como Sebastião Salgado e James Nachtwey, para ficar em dois exemplos mais conhecidos, (sem falar em Kevin Carter cujo drama será bastante divulgado com o lançamento do filme “The bang bang club“), frequentemente se veem envoltos em acusações de falta de ética, exploração do sofrimento ou estetização da violência ou da pobreza. Outras vezes, de forma cínica ou jocosa, são “acusados” de “tentar mudar o mundo através da fotografia” (um cliché muito recorrente), como se isso fosse algo condenável, como se  o mundo não precisasse ser mudado, ou como se um fotógrafo não pudesse tentar fazer algo a respeito de problemas importantes.
As críticas sérias ao trabalho da fotografia documental e foto-jornalístico (elas existem e devem ser levadas em consideração) se veem desafiadas diante de fotos como a de Samar Hassan. Muitos podiam ter perguntado, por quê impor uma câmera a uma criança assustada e vulnerável que acabou de perder seus pais, e sacar-lhe a imagem de seu próprio abandono, dor e desespero? Não seria isso exploração indevida do outro, a violação de seu direito de reter para si a imagem de seu próprio corpo e identidade, talvez a última coisa que lhe resta diante da tragédia?
Algumas dessas perguntas partem de supostos, de algo que projetamos ser o pensamento do outro, mas cujo pensamento quase nunca chegamos a conhecer concretamente. Não sabemos ao certo se pessoas nessa situação pensam: “deixe-me em paz com minha dor”; ou “veja, registre e conte ao mundo sobre a injustiça de que sou vítima”.
Em seu documentário “War photographer“, James Nachtwey diz que em uma situação de conflito e de guerra, as regras mudam. Numa sociedade em guerra as relações entre as pessoas são outras, os códigos são diferentes, a etiqueta se transforma. Comentando uma trecho do filme em que aparece fazendo uma sequência de fotos de uma mulher que recebe o corpo de seu filho para ser enterrado, na Guerra do Kosovo, Nachtwey diz que a última coisa no mundo com o que essa mulher se preocupa é com a sua presença e a presença de sua câmera.
As versões dos fotógrafos em situação de Guerra sobre sua própria atividade talvez deixem demasiados traços de autojustificativa. Contudo, é por fotografias como as produzidas por Chris Hondron, que vítimas de violência da guerra passam a existir em nossas consciências. Não fosse por elas, as pessoas longe do locais do conflito e não afetadas diretamente por ela, poderiam evitar todos os questionamentos e contradições da violência que, em muitos casos, são levadas adiante em seu próprio benefício, embora nem sempre por sua vontade.
Com o auxílio da fotografia, a guerra e a violência força seu registro no imaginário. Diferente do fluxo de imagens da TV ou do cinema, o still, a imagem parada, exige um tempo e resiste à fácil assimilação. Ela desafia o expectador a entrar em outro tempo, no tempo necessário ao pensamento. Já não posso ignorar a existência de Samar Hassan; não posso deixar de reconhecer que a guerra causou-lhe danos, e que sua vida foi definitivamente modificada; não posso negar que ali houve um crime; que ela é vítima de um crime; e que o crime permanece impune e sem perspectiva de reparação. E se me engajo na tarefa de expulsão desse registro de minha consciência, ela não se fará sem grande esforço e certo prejuízo.

Fonte.:  [5500K] FOTOGRAFIA | MULTIMÍDIA /  http://5500k.org/